domingo, 17 de outubro de 2010

Se eu fosse o Serra...


O Brasil tem oportunidade de ouro: derrotar os que se arvoram no direito de se proclamar responsáveis por tudo que de bom que foi construído por gerações e gerações nestes quinhentos e tantos anos.
 
Fico imaginando: se eu fosse o Serra, o que eu faria a partir de agora, com olhos postos no segundo turno?
 
Ouviria -- e faria! --, desde logo, o que o Aécio sugeriu, neste tom, embora noutras palavras:
 
-- Serra, você tem que adotar o figurino de candidato de oposição: ousado, objetivo, contundente. Afinal, você é a oposição! Você também tem que apresentar propostas para mudar a vida do eleitor. O alto grau de desinformação dos brasileiros tem, ao longo do tempo, resultado em escolhas desastrosas nas urnas.
 
Pediria a meus assessores, para divulgar à exaustão, que elencassem tudo aquilo que foi dito nestes últimos oito anos contra os interesses do povo brasileiro: mensalão, sanguessugas, fraudes em licitações, formação de quadrilha, omissão de socorro à Varig, amparo financeiro ao Chaves e ao Fidel, inchaço funcional do Estado, dinheiro na cueca, dossiês, loteamento da máquina pública, compra de avião em harmonia com interesses pessoais. Por aí.
 
Convocaria, para ter a meu lado, os sete governadores eleitos de oposição, em primeiro turno, que não têm mais o fator Lula a inibi-los; o Fernando Henrique Cardoso, ministro da Fazenda no governo Itamar Franco -- sujeito bom de urna: ganhou duas eleições no primeiro turno -- que deu vida ao plano Real, sob protestos do PT, estabilizou a economia e deu ênfase à política econômica.
      
Convocaria todas as classes sociais, a fatia do eleitorado que se guia pelo senso crítico, professores, engenheiros, médicos, advogados, bancários, comerciários, donas de casa, atendentes para lutar conosco contra a inclinação voraz e inata ao poder, com estratégia em plena implantação.
       
Sublinharia a presença, na outra banda, de Sarney -- com seus caquéticos planos econômicos (Cruzado I, Cruzado II, Bresser, Verão), que levaram o país ao fracasso econômico e social, com inflação de até 85% ao mês! --, de Collor -- o imaginário caçador de marajás -- e de Renan Calheiros -- o Presidente do Senado que renunciou após denúncias de grossa corrupção.
          
Denunciaria a sede de poder, a disposição de passear ociosamente, vaguear, perambular, tudo patrocinado pelos cofres públicos.
           
Realçaria as razões pelas quais José Dirceu pediu -- e o Tribunal Regional Eleitoral autorizou -- sua entrada por porta lateral, longe do público e da imprensa. Lembraria que ele chegou à Universidade onde iria votar em carro importado, conduzido por motorista particular, seguido por três outros carros com seguranças. E perguntaria, em alto em bom som: o que impede um ex-ministro de andar por aí de cabeça erguida?
           
Consignaria que o partido do governo veio para perpetuar-se no poder e instruir uma república sindical.
             
Convocaria todos a se mobilizarem e dizer não ao faz-de-conta, à propaganda enganosa. Indagaria se é sensato, mudando o que deve ser mudado, entregar um Marcopolo, lotado com nossos familiares e amigos, para uma motorista dirigir, motorista essa que nunca dirigiu veículo algum, nem mesmo um jipe. E ela, o que a habilita a exercer a Presidência da República? Nada, a não ser a palavra de Lula, que, por razões óbvias, não merece crédito. Em suas falas, a única coisa que fica claro é que nada fica claro, embora fique evidente.
           
Diria mais: se não nos acautelarmos, estaremos fadados a deplorável regime ditatorial, como o demonstra o Decreto Presidencial dos Direitos Humanos nº. 7037, de 21.12.09 (esdrúxulo roteiro de filme de terror), com desfecho de tragédia anunciada.           
            
Diria que o espírito de um homem se constrói a partir de suas escolhas. E é por isso que não aceitamos tutela nem censura à imprensa e à liberdade de expressão. Não aceitamos mentira e corrupção em nome de projeto de perpetuação no poder.
               
Diria ao eleitor: mude o Brasil! Diga não ao populismo, ao assistencialismo, ao personalismo, aos que querem o retrocesso da América Latina, onde um fanático perpetra falta gravíssima e os deslumbrados batem palmas! O Estado somos nós, o povo. Ditadura? Nunca mais!
           
Essa luta há de ser enfrentada com dignidade e vencida com bravura, Serra!
               
A esperança tem duas filhas: a indignação e a coragem. Aquela nos ensina a não aceitar as coisas como estão. A outra, o empenho para mudá-las.
           
Serra, o trombone você já tem.
           
Falta só o sopro.
           
Avante.   
 
 
Marcílio Dias
 
 






Um comentário:

  1. Olá!!!Tudo bem?!
    Eu estou torcendo pelo Serra,vamos ver se o povo acorda e para de acreditar que o Lula foi a melhor coisa que o nosso país já teve???!Que Dilma...

    Desejo um ótimo final de semana!!
    Atenciosamente
    Vivian

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